A segunda era Dunga

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Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Com a convocação realizada nesta terça, começa para valer a segunda era Dunga na seleção brasileira. Ao contrário de sua passagem inicial pelo comando do selecionado brasileiro, na qual a conquista da Copa do Mundo de 2010 era o objetivo principal, agora a meta inicial é ajudar o futebol brasileiro a recuperar o prestígio e o protagonismo no âmbito internacional, de forma que em 2018, quando acontece o próximo Mundial, o Brasil chegue em condições reais de lutar pelo título.

Dunga retorna à seleção após a frustrante campanha da seleção brasileira na Copa de 2014, competição na qual o time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari terminou na quarta posição após duas derrotas, 7 a 1 para a Alemanha na semifinal – a maior goleada sofrida pelo Brasil em sua história -, e 3 a 0 para a Holanda na disputa pelo terceiro lugar.

O momento negativo da equipe brasileira ficou ainda mais evidenciado na última semana, quando a Fifa (Federação Internacional de Futebol) publicou seu relatório técnico sobre o último Mundial, documento no qual classifica a performance do Brasil diante da Alemanha como “deplorável”.

Após a competição, a imprensa brasileira tem insistido na tese de que o futebol brasileiro necessita passar por um processo de recuperação que envolveria uma aposta no profissionalismo e na organização, e o retorno do futebol arte, estilo de jogo que é constantemente relacionado à conquista de títulos pelo futebol brasileiro no passado.

Diante deste panorama, a volta de Dunga à seleção não foi recebida com entusiasmo pela crônica esportiva, especialmente quando se considera o perfil do treinador e o trabalho realizado por ele em sua primeira passagem pelo time nacional.

Apesar de ser o capitão da seleção que conquistou a Copa de 1994, atualmente Dunga é mais lembrado como o representante de uma proposta de jogo que prioriza elementos como espírito de equipe, compromisso e combatividade, em detrimento de um futebol fundado na habilidade e na inventividade.

Em entrevistas anteriores à convocação desta terça, o treinador sinalizou que uma de suas metas é levar o Brasil de volta ao topo do futebol mundial. Contudo, o caminho escolhido por Dunga parece não ser o que mais agrada a imprensa esportiva, como indica em entrevista, concedida a O Globo, de título “’Tem que trabalhar muito’ – Às vésperas da primeira convocação na volta à seleção, técnico avisa: ‘Não dá para acreditar que o improviso e um único talento (Neymar) vão resolver tudo’” (17/08/2014, p.58).

O tempo dirá se as opções feitas por Dunga são ou não acertadas, mas é certo que as narrativas da imprensa esportiva sobre o trabalho do treinador serão um rico material para os estudos voltados para a interface da comunicação com o esporte e a cultura.

E você, o que achou desta convocação e do início da Inicia a nova era Dunga?

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