Produção audiovisual

Já está no ar o trigésimo oitavo episódio do Passes e Impasses

Acesse o mais novo episódio do podcast Passes e Impasses no SpotifyDeezerApple PodcastsPocketCastsOvercastGoogle PodcastRadioPublic e Anchor.

O tema do nosso trigésimo oitavo episódio é “João Havelange: atleta e dirigente”. Com apresentação de Mattheus Reis e Marina Mantuano, gravamos remotamente com Luiz Guilherme Burlamaqui, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, pesquisador associado do Instituto de Relações Internacionais da USP e professor do Instituto Federal de Brasília.

O podcast Passes e Impasses é uma produção do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte em parceria com o Laboratório de Áudio da UERJ (Audiolab). O objetivo do podcast é trazer uma opinião reflexiva sobre o esporte em todos os episódios, com uma leitura aprofundada sobre diferentes assuntos em voga no cenário esportivo nacional e internacional. Para isso, contamos sempre com especialistas para debater conosco os tópicos de cada programa.

Você ama esporte e quer acessar um conteúdo exclusivo, feito por quem realmente pesquisa o esporte? Então não deixe de ouvir o trigésimo oitavo episódio do Passes & Impasses.

No quadro “Toca a Letra”, a música escolhida foi “Jorge Maravilha“, canção composta por Julinho da Adelaide e interpretada por Chico Buarque.

Passes e Impasses é o podcast que traz para você que nos acompanha o esporte como você nunca ouviu.

Ondas do LEME (recomendações de artigos, livros e outras produções):

Dança das cadeiras: a eleição de João Havelange à presidência da FIFA – Luiz Burlamaqui [livro]

Conversa com JH – Ernesto Rodrigues [documentário]

Jogo duro – a história de João Havelange – Ernesto Rodrigues [documentário]

Equipe

Coordenação Geral: Ronaldo Helal
Direção: Fausto Amaro
Roteiro e produção: Marina Mantuano e Carol Fontenelle
Edição de áudio: Leonardo Pereira (Audiolab)
Apresentação: Mattheus Reis e Marina Mantuano
Convidados: Luiz Guilherme Burlamaqui

Artigos

Breve panorama sobre Futebol Feminino no Brasil de 2019 a 2021: da obrigação à realidade

Por Camila Augusta e Luiza Gaborginni

“Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”, a frase é do artigo 54 do Decreto-lei 3199, de abril de 1941, quando Getúlio Vargas governava o país. Os reflexos dessa medida são vistos até os dias atuais e 40 anos depois da permissão, o que se nota é um lento movimento dos clubes do país em prol do desenvolvimento do futebol feminino.

A partir de 2019, na tentativa de incentivar a modalidade, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) obrigaram os clubes a formarem um departamento feminino nos times nacionais. Dessa forma, esse texto reflete um pouco sobre como a regulamentação impactou os clubes no desenvolvimento de suas equipes femininas naquele ano e trazer luz sobre a realidade em 2021.

Ao final do livro “La era del fútbol” (2005), o argentino Juan José Sebreli, um crítico assíduo do esporte, observa que “nenhuma das grandes ideologias universais – o cristianismo, islamismo ou socialismo (…) puderam abarcar unanimemente sociedades, culturas, continentes, raças e sistemas políticos tão diversos como o futebol”. Além da paixão envolvida, o futebol também envolve reflexões sobre os conflitos raciais, religiosos, políticos, de gênero, entre outros.

Não muito distante, seria esse o contexto de debate sobre a busca pelo lugar da mulher dentro do futebol. No Brasil, a história de desigualdades e falta de espaço refletem ainda no parco investimento na modalidade quando praticada por mulheres.

Após essa proibição inicial, o futebol institucionalizado teve início em meados da década de 1980. Salles, Silva e Costa, (1996, p.80), para breve contextualização, afirmam que a primeira liga de futebol feminino foi formada em 1981, no Rio de Janeiro. Os autores afirmam que “havia então uma ordem implícita inibidora da presença da mulher neste espaço, ditando códigos excludentes para o sexo feminino”. Assim, o Esporte Clube Radar (E.C.R.), do Rio de Janeiro, foi o pioneiro na modalidade no país e teve uma trajetória de conquistas.

Time do Esporte Clube Radar (E.C.R) do Rio de Janeiro. Fonte: Kike da bola

À medida que os anos foram passando, as entidades que regem o futebol brasileiro enfrentaram, e enfrentam, dificuldades e desafios para encontrar as formas de investir e divulgar o futebol feminino. A manutenção de um time de futebol feminino adulto e na base está entre as medidas exigidas pelo Licenciamento de Clubes, que serve para estruturar e regularizar a gestão dos clubes no país. A medida foi aprovada no fim de 2016 e deu aos clubes dois anos para se adequar às regras. O estatuto da Fifa também inclui artigos que falam sobre a igualdade de gênero.

A partir de 2016, na tentativa de se engajar nas tendências contemporâneas de maior inclusão e igualdade, além de se adequar às mudanças do mundo, a Conmebol decidiu que era hora de tentar fortalecer o futebol feminino. Não só o cenário nos clubes mostrava a importância da ação, mas o rendimento das seleções repercutia no universo esportivo.

No mesmo ano, a Fifa publicou um documento sobre sua visão do futebol nos próximos dez anos. Nele, o incentivo ao futebol feminino ganhou muita importância. Entre os objetivos estão: estabelecer competições ao redor do mundo, assegurar o desenvolvimento local da modalidade, criar um programa de marketing e aumentar o número de mulheres nas entidades. Por isso, a Conmebol passou a exigir que os clubes que disputariam suas competições masculinas tivessem o investimento no departamento feminino e, consequentemente, em torneios da modalidade. A entidade passou a exigir equipe feminina (ou se associar a um clube que tenha); pelo menos uma categoria juvenil feminina (ou se associar a clube que tenha); suporte técnico, equipamento e infraestrutura com campo para treinamento e jogos; participar de competições nacionais e/ou regionais da CBF ou Federações estaduais.

A Copa Libertadores da América de Futebol Feminino completou 10 edições em 2018. Cada país associado à entidade teria direito a uma vaga, dada às campeãs do campeonato nacional. Antes do início da disputa em 2019, o Brasil era o país com mais títulos na competição, somando sete ao todo (Santos, duas vezes campeão; São José, três vezes; Ferroviária e Audax/Corinthians, uma vez cada).

A CBF também tornou a medida obrigatória para os clubes da Série A, exigindo uma equipe feminina disputando competições nacionais ou estaduais em 2018 ou 2019 (ou se associar a clube que tenha) e estrutura à disposição do time feminino, com equipe técnica e médica dedicadas, instalações para treinamento, campo para jogos, e eventuais contratos de patrocínio. Como prova da resistência que ainda existe, a determinação não refletiu bem alguns clubes.

De acordo com a CBF, os clubes que não cumprissem, em 2019, as regras estabelecidas estariam sujeitos a serem eliminados das competições que exigem a licença. São eles a Série A do Campeonato Brasileiro, Copa Sul-Americana e Libertadores. A entidade previa antes da exclusão da equipe que não se adequasse, uma orientação para que as medidas fossem cumpridas. A previsão de início era que as Séries B, C e D precisariam atender às exigências de forma gradativa, ou seja, em 2020, 2021 e 2022, respectivamente.

Assim, apenas sete clubes participantes do campeonato nacional iniciaram 2019 com o departamento de futebol feminino já estruturado. Eram eles Ceará, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Internacional, Santos e Vasco. No dia 26 de fevereiro, após a divulgação da tabela das Séries A1 e A2, apenas CSA, Fortaleza e Goiás, disputariam somente o campeonato estadual feminino naquele ano.

A partir de coleta realizada em 2019 nos portais dos clubes, é possível afirmar que no Rio de Janeiro o Club de Regatas Vasco da Gama tem um projeto próprio, de base e adulto, assim como o Botafogo de Futebol e Regatas, que montou sua equipe às vésperas do início do Brasileiro mesmo ano, com recursos próprios e um investimento de R$ 25 mil. O Clube de Regatas do Flamengo tem, desde 2011 uma parceria com a Marinha do Brasil. O clube compôs com os próprios recursos um time sub-18, pois, assim como os outros cariocas, teria direito a uma vaga no Brasileiro da categoria. O Fluminense Football Club assinou um acordo com o projeto Daminhas da Bola, de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Neste caso, a parceria atende também a base, com equipes sub-11, sub-13 e sub-15 no futsal e sub-15 e sub-17 de futebol de campo.

O cenário em São Paulo se desenvolveu como um dos mais promissores do país. Sport Club Corinthians Paulista e Santos Futebol Clube contam com equipes de ponta e de gestão própria. O primeiro criou em 2019 uma equipe sub-17 e tinha uma parceria com o Audax até o início de 2018 e o segundo foi vice-campeão da Libertadores e funciona desde 2015. O sub-17 é feito em parceria com o colégio Santa Cruz e com a Universidade de São Paulo. O São Paulo Futebol Clube tem parceria com o Centro Olímpico, com times sub-17 e adulto. O clube, inclusive, contratou a veterana Cristiane, um dos principais nomes da modalidade. Apesar de ter montado o projeto apenas em 2019, o São Paulo se planeja desde 2017 com alojamento e centro de treinamento. A Sociedade Esportiva Palmeiras montou a equipe às pressas, representando naquele ano time mais caro do país. Sob o comando da experiente treinadora Ana Lúcia Gonçalves, o projeto tem sede na cidade de Vinhedo.

Em Minas Gerais, o Clube Atlético Mineiro tem uma parceria como Prointer Futebol Clube, firmada em 12 de dezembro de 2018. O time é único, até 21 anos. O Cruzeiro Esporte Clube foi um dos últimos a anunciar a equipe. Com um investimento de pouco mais de R$ 1 milhão por ano, o clube formou uma equipe própria e primeiro focou no time adulto para futuramente montar um sub-18. O Goiás Esporte Clube funciona em parceria com a Universidade Salgado Filho, com times adulto e de base.

No Nordeste, o Esporte Clube Bahia firmou parceria com o Lusaca, time feminino da cidade de Dias d’Ávila, e tem times sub-17, sub-20 e adulto. O Ceará Sporting Club tem vínculo com a Associação Menina Olímpica e também time de base e profissional. O Centro Sportivo Alagoano (CSA) montou a equipe adulta com gestão independente e estrutura uma escolinha, com o sub-15, sub-17 e sub-20. Até 2018, o time feminino era gerenciado por voluntários e as atletas jogavam recebendo pouco. O Fortaleza preferiu montar um projeto próprio, mesmo com propostas de parcerias, e jogou apenas o Estadual no primeiro ano de obrigatoriedade.

No Sul, o Club Athletico Paranaense firmou a parceria com o Foz Cataratas, que trabalhava com o Coritiba desde 2016. São equipes adultas e de base e o Foz é um dos times femininos com melhor rendimento dos últimos anos. O Avaí Futebol Clube também assinou um acordo com um projeto de sucesso, o Kindermann, tradicional equipe da categoria, tem 10 títulos do Campeonato Catarinense. O Grêmio tem gestão independente e times adultos, Sub -20, Sub-17 e Sub-15. O clube prometeu profissionalizar todas as jogadoras neste ano. É o mesmo caso do Sport Club Internacional, que também planeja um Centro de Treinamento junto ao alojamento. A Associação Chapecoense de Futebol montou primeiro a equipe de base, para depois estruturar seu time adulto. O clube tem parceria com a escola pública Associação Desportiva de Lourdes Lago desde 2016.

Como os dados acima apresentados refletem o cenário pós obrigatoriedade da Conmebol e CBF de 2019, é necessária breve revisão sobre a realidade das equipes femininas e os campeonatos nacionais hoje. Tal fato expressa relevância quando se observa o contexto de pandemia da COVID-19 em 2021, o vírus Sars-CoV-2 que afeta o sistema respiratório assola o mundo e, particularmente o Brasil, com mais de 510 mil mortes no país em junho do mesmo ano, fruto de um governo que não cumpre com as medidas protocolares indicadas a prevenção da doença, bem como com a falta de políticas públicas para o cuidado com a população. Obviamente, é necessário lembrar ainda a crise econômica que afeta alguns clubes brasileiros e que reflete na estrutura das equipes femininas.

Atletas fazem teste de Covid-19 Fonte: Clube Atlético Juventus

No Rio de Janeiro, o Botafogo mantém a equipe feminina, as Gloriosas, que atualmente disputa o Campeonato Brasileiro A1, na tentativa de permanecer na série da competição. Em 2020 o clube encerrou a categoria de base feminina sub-18. A equipe do Vasco da Gama disputa o Campeonato Brasileiro Série A2 em 2021. No mês de junho, o clube implantou na Vila Olímpica de Duque de Caxias um novo Centro de Treinamento para todas as equipes de futebol feminino do clube. Já a equipe feminina do Flamengo foi campeão da Taça Guanabara de 2021 e segue na disputa do Campeonato Brasileiro A1 e do Brasileiro sub-18 . As jogadoras do Fluminense seguem disputando as oitavas de final do Campeonato Brasileiro Série A2.

Em São Paulo, as equipes dos clubes Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo estão disputando a Série A1 do Campeonato Brasileiro. Outras equipes do estado que também participam do campeonato são Ferroviária e São José, de Araraquara e São José dos Campos, respectivamente. A equipe feminina da Ponte Preta marca presença no Campeonato Brasileiro Série A2.

Time feminino da Ferroviária, atual campeã da Libertadores Feminina.
Fonte: CBF

Ao todo, a Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino conta, em 2021, com 16 equipes. Além das equipes cariocas e paulistas, disputam a competição Kindermann-Avaí e Napoli, de Santa Catarina; Internacional e grêmio, do Rio Grande do Sul; Minas Brasília e Real Brasília, do Distrito Federal; e Bahia.

O Campeonato Brasileiro Feminino Série A2 já se encontra nas oitavas de final, mas iniciou 2021 com 36 equipes. A relação dos jogos e clubes que ainda estão na disputa do campeonato pode ser encontrada aqui.

Além de contar com Campeonatos Brasileiros de Futebol Feminino Sub-18 e Sub-16, é importante ressaltar que em maio deste ano, foi anunciada a criação da Série A3, a terceira divisão do Campeonato Brasileiro Feminino. Com 32 clubes participantes, a competição terá início em 2022. Tal fato demonstra o crescimento do futebol feminino no Brasil, que precisa cada vez mais de incentivo e apoio no país extremamente conservador, principalmente no universo esportivo.


Este texto contém partes do artigo:

PEREIRA, Camila Augusta; GARBOGGINI, Luíza. A obrigação explica o desenvolvimento: clubes cariocas e o futebol feminino em 2019. Anais do 43º CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. Evento virtual – Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador-BA – 1º a 10 de setembro de 2020. Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/nacional2020/lista_area_DT6-CE.htm

Outras fontes:

CAMPEONATO BRASILEIRO FEMININO DE FUTEBOL

SALLES, J. G. C.; SILVA, M.C.P. & COSTA, M.M. (1996). A mulher e o futebol: significados históricos. Em S., Votre (Coord.) A representação social da mulher na educação física e no esporte. Rio de Janeiro: Editora Central da UGF.

SEBRELI, Juan José. La era del fútbol. Buenos Aires: Debolsillo, 2005.

Artigos

Criação de Liga independente de clubes terá como principal oponente estrutura política arcaica

Diante da fragilidade política vivida atualmente pela Confederação Brasileira de Futebol, os clubes da série A do campeonato brasileiro se articulam na tentativa de se desprender das amarras das entidades políticas do futebol e ter o controle sobre competições nacionais. O processo, no entanto, deve ser penoso. Rogério Caboclo, mandatário acusado de assédio moral e sexual por funcionária da CBF, está afastado do cargo por um mês e ocupando interinamente sua vaga está Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes. O descrédito da CBF junto à opinião pública cria um momento propício para os clubes se movimentarem nos bastidores em prol de mudanças.

Os clubes reivindicam o poder de criação e organização das competições nacionais que pode consertar uma falha que acomete os clubes há muitos anos: o prejuízo técnico que a ausência de paralisação dos campeonatos durante as datas FIFA traz às agremiações. Com a presença dos estaduais, as 38 rodadas do campeonato brasileiro ocorrem em um período enxuto que vai, geralmente, de maio a dezembro. A necessidade de encerrar o campeonato ao final do ano resulta na não paralisação dos jogos durante competições e jogos internacionais, resultando em prejuízo técnico e financeiro aos clubes que têm atletas convocados; o mais grave, muitas vezes pagando salários de 6 ou 7 dígitos para ver seus atletas atuarem em amistosos sem nenhuma relevância esportiva, a não ser para atender aos interesses dos patrocinadores envolvidos nas partidas. Para fins de comparação, na Europa e mesmo no Sul Global como nossos hermanos argentinos, as competições nacionais param durante as partidas de seleção. A ausência de campeonatos estaduais é um ponto nevrálgico que permite uma folga no calendário nesses países.

Em reportagem recente, Rodrigo Mattos, jornalista do UOL, mostrou que a CBF tem por obrigação prevista no artigo 41 da Lei Pelé custear o salário dos jogadores enquanto estiverem a serviço da seleção. A CBF, entretanto, como demonstrado pela reportagem, não cumpre o que está previsto em lei. O Flamengo, por exemplo, teve de ceder dois de seus principais e mais caros jogadores para atuarem na Copa América de 2021, Gabigol e Éverton Ribeiro. Dessa maneira, perderão seus atletas por aproximadamente 9 rodadas do campeonato brasileiro, pagando integralmente seus salários e sem nenhum tipo de contrapartida por parte da CBF.

A dificuldade que o movimento de mudança encontrará reside da existência das federações estaduais. Como jabuticabas, só existem no Brasil. Com mais força e peso que os clubes nas tomadas de decisão, as agremiações dependeriam da aprovação das federações para criação da Liga, isto porque há dois tipos distintos de Assembleia Geral previstas no estatuto da CBF e os clubes têm participação prevista apenas na Assembleia Geral Eleitoral, cuja função é definir o presidente e vice-presidentes da entidade; a Assembleia Geral Administrativa, por sua vez, aquela na qual são definidas questões mais profundas como mudanças no calendário, destituição de presidente e prestação de contas da Confederação, tem participação apenas das entidades estaduais. Ou seja, para a criação da Liga os clubes dependeriam também das federações estaduais, cujo interesse maior é manter os Campeonatos Estaduais que geram receitas e garantem suas existências. Mesmo na Assembleia Geral Eleitoral, os clubes possuem peso de voto menor que as federações. Ao passo que as federações possuem peso 3, totalizando 81 votos com suas 27 federações, os clubes da série A têm peso 2 e os da B, peso 1. Ou seja, os clubes, unidos, totalizam apenas 60 votos. A escolha de presidentes e vices está absolutamente vinculada às vontades das federações.

Assembleia Geral reuniu os 27 presidentes das federações estaduais para mudança de Estatuto, em 2015. Fonte: site da CBF.

O próprio desenho institucional da política do futebol nos faz prospectar o quão longe, de fato, uma mudança pode ser vislumbrada neste momento. Parece que a retirada dos longuíssimos campeonatos estaduais, com infindáveis jogos inúteis e mal jogados tecnicamente não é uma opção no calendário futebolístico brasileiro. Experiência recente como a criação da Primeira Liga evidenciam os percalços que poderão vir mais à frente. A Liga durou apenas o biênio 2016-2017, sendo desmanchada precocemente devido ao calendário apertado, uma vez que os campeonatos estaduais continuaram sendo disputados normalmente. O movimento atual, ao contrário do que ocorrera na Primeira Liga, conta com todos os clubes da primeira divisão nacional, mas a questão dos estaduais continua sendo o calcanhar de Aquiles para mudanças mais profundas de política e mentalidade do futebol brasileiro.

Para entender os desafios de movimentos como o recém inaugurado pelos clubes brasileiros, faz-se necessário compreender como se estruturam as instituições políticas e quais interesses estão por trás do desenho institucional do futebol no Brasil. Na tentativa de compreender sociologicamente a estrutura política do futebol brasileiro, podemos mobilizar um arcabouço teórico que descortine práticas e valores políticos como patrimonialismo e clientelismo por trás do modus operandi da cartolagem brasileira. Revisitar conceitos e recorrer a autores tão caros na tradição das ciências sociais no Brasil – como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Oliveira Vianna, Raymundo Faoro, etc. – nos dão a condição de visualizar o funcionamento das instituições políticas do futebol como parte integrante de processos sociais mais abrangentes e de longa duração da sociedade brasileira. Afinal, valores tão tenazes na sociabilidade brasileira oriundos das próprias bases sociais de nossa vida política de passado colonial, como a prevalência do interesse privado em detrimento a interesses mais gerais, se faz ainda presente na própria estruturação das instituições políticas. A estrutura política arcaica do futebol brasileiro pretende favorecer aos interesses da cartolagem da CBF, como percebemos no maior peso decisório dado às federações estaduais, cerceando ações independentes dos clubes. São as ações dotadas de valores dos atores sociais que criam e recriam as instituições na sociedade e o futebol não está infenso a este processo.

Devemos nos atentar, portanto, ao desenvolvimento dos próximos acontecimentos com um olhar especial ao papel desempenhado pelas federações estaduais como um ator político fulcral nesse movimento de mudanças capitaneado pelas agremiações da elite do futebol nacional. Uma mudança de fato significativa nos rumos tomados pelo futebol brasileiro e de sua modernização passam pela extinção dos campeonatos estaduais e da readequação de um calendário que favoreça aqueles que possuem o monopólio da paixão do torcedor: os clubes.

Referências bibliográficas

BOTELHO, André e SCHWARCZ, Lilia. Público e privado no pensamento social brasileiro. In: Agenda Brasileira – Temas de uma Sociedade em Mudança. São Paulo: Companhia das Letras; 1a edição, 2011.

DA SILVA, Breno Carlos.“FUTEBOL-BANDIDO”: Os cartolas da CBF e a corrupção no Brasil. In: Ciências Socias aplicadas: necessidades individuais & coletivas 2. Paraná: Editora Atena, 2020.

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Parem o futebol!

A Copa do Brasil de 2021 começou na terça-feira (9) com dois jogos, mas até esta próxima quinta-feira terão sido realizadas outras 39 partidas pela competição nacional. Espalhadas por 24 estados diferentes.

A partida que abriu a competição foi realizada entre o Águia Negra, do Mato Grosso do Sul, contra o Vitória.

O time baiano viajou mais de 2 mil quilômetros até o município de Rio Brilhante, no interior do Mato Grosso do Sul, para jogar contra o time da casa num estádio com capacidade para 8 mil torcedores.

Essa costuma ser a regra na primeira fase da competição, a propósito. Viagens longas, municípios e estádios menores, estruturas limitadas.

Não há problema nisso, diga-se. A beleza da Copa do Brasil é justamente a sua diversidade. Não fosse o “detalhe” de que, em meio a esta edição específica, o Brasil vive o seu pior momento na pandemia de Covid-19.

Na semana passada, o país registrou 10 mil mortes. É a primeira vez desde que a Covid-19 chegou ao país que isso aconteceu. Nunca se morreu tanto em tão pouco tempo por causa da doença. E, a despeito de tudo isso, a competição foi iniciada.

A Confederação Brasileira de Futebol, as federações estaduais, os clubes, todos mentem ao dizer que tudo será feito de forma segura e respeitando rígidos controles sanitários.

Sim, sem meias palavras. Isso é mentira!

E só mostra que os dirigentes da CBF não conhecem – ou fingem não conhecer – o futebol que administram tão mal. Não entendem de Brasil. Não deixam a luxuosa sede do Rio de Janeiro para rodar pelas cidades mais longínquas desse país com dimensões continentais.

Não importa se os jogos acontecem sem torcidas. As aglomerações, os fluxos de pessoas, as viagens, e a consequente infecção em massa, serão inevitáveis no curso do campeonato.

Ainda na terça-feira, por exemplo, Campinense e Bahia jogaram no Estádio Amigão, em Campina Grande. O Tricolor deu uma saraivada na equipe paraibana, metendo um simbólico 7 a 1. Lembrei imediatamente do famoso bordão “gol da Alemanha” que nos atormenta desde 2014, e não só necessariamente no contexto futebolístico.

Pois, ele volta a nos atormentar.

A partida aconteceu em território paraibano. Num estado que está à beira de um colapso em seu sistema de saúde, com UTIs com taxa de ocupação superior aos 90% e com recorde de morte diárias sendo batidas a cada dia.

Na quarta-feira (10), dia seguinte ao jogo, a Paraíba registrou 50 mortes num único boletim epidemiológico e superou a marca de 30 de junho de 2020, que até então detinha o recorde para um único dia. No âmbito nacional, outro recorde: 2.349 mortes em 24 horas.

A situação caótica se repete, por exemplo, em Manaus, cidade que já entrou em colapso e que receberá jogo na semana que vem.

Em meio à tanta insanidade, parece que a única voz lúcida é a de um técnico que, ironia das ironias, recebe o apelido de “doido”. Pois foi o chamado Lisca Doido, atualmente no América Mineiro, o único nome público do futebol nacional a se posicionar contrário ao futebol no momento atual.

Foi criticado por muitos de seus pares, diga-se, mas ele não falou mais do que obviedades. No Brasil governado por genocidas, o óbvio parece ser revolucionário.

Mas, enfim, fato é que não tem sentido manter o futebol e permanecer indiferente à quantidade de mortes diárias.

Levantamento recente do Esporte Espetacular, da TV Globo, mostra que foram 320 os jogadores da Série A do Brasileirão que se infectaram com a Covid-19 ao longo da competição. Já reportagem do El País enumera o “rastro de morte” deixada pela pandemia no futebol nacional.

São dados emblemáticos. Porque, se os clubes mais bem estruturados do país demonstram não ter ideia de como controlar a pandemia, os casos, as mortes, o que dirá da grande maioria dos clubes brasileiros, participantes da Copa do Brasil, que, não raro, viajam e jogam sem nem mesmo a presença de um médico?

Vai ser uma carnificina. E a CBF, para variar, vai ser cúmplice de toda essa mortandade.

Fonte: Guarulhos Hoje
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Dois anos do incêndio no Ninho do Urubu: algo mudou nas categorias de base brasileiras?

No próximo dia 8 de fevereiro de 2021 completam dois anos do incêndio no alojamento das categorias de base do futebol do Clube de Regatas do Flamengo. Naquela madrugada, dez jovens morreram e outros tantos ficaram feridos em decorrência das instalações improvisadas e dos falhos protocolos de segurança oferecidos pelo clube aos seus jovens atletas.

Dois anos após a maior tragédia da história do futebol de base do Brasil, as investigações e responsabilizações dos culpados ainda caminham de forma lenta. Somente no início de 2021, quase dois anos após o incidente, a justiça recebeu denúncia e tornou réus onze pessoas, entre elas o ex-presidente do clube Eduardo Bandeira de Mello. No que tange as indenizações pelo incêndio, as negociações com muitas famílias se arrastaram por mais de um ano e meio, sendo que, ainda existem famílias que não conseguiram entrar em acordo com o clube.

O incêndio no alojamento da base do Flamengo no Ninho do Urubu foi o evento mais trágico, mas infelizmente não foi o único no Brasil. Outros ocorreram anteriormente e foram tratados pela mídia com igual atenção. Isso nos mostra que, os problemas que afetam as categorias de base no Brasil são muito mais amplos que a tragédia no Ninho do Urubu e, não se resumem a ela. É difícil, mas temos que reforçar que não se trata de um caso isolado. Quando nos vemos frente a um fato tão traumático e amplamente noticiado pelos veículos de imprensa normalmente vemos surgir debates e cobranças sobre como podemos evitar situações parecidas.

Relatórios encomendados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2018 sobre as categorias de base do futebol no Brasil apontam para existência de pouca estrutura física e organizacional para acolher os jovens atletas em formação. Isso significa ausência de alojamentos, refeitórios, profissionais para o acompanhamento diário e até mesmo documentação válida para se responsabilizarem por esses jovens. Além disso, reportagens vinculadas na mídia, bem como documentários dão conta do descumprimento da legislação vigente por parte de muitos clubes. Entre as principais infrações estão: Não matricular os atletas em escolas, mantê-los em condições análogas à escravidão, entre outras. Os problemas citados são potencializados pela pouca fiscalização dos órgãos governamentais e esportivos.

Diante disso, o que mudou na legislação e/ou na fiscalização das categorias de base brasileiras de 2019 para cá? Infelizmente a comoção da tragédia não se traduziu num movimento político-social em torno de uma maior regulamentação por parte dos direitos dos jovens atletas e da fiscalização dos centros de treinamento.

esportes.r7.com

Juridicamente nada foi proposto à nível municipal, estadual ou federal para que houvesse maior regulamentação sobre os centros de treinamento ou para que a condição de jovem atleta fosse tipificada nas leis para protegê-los melhor.

No Brasil, os jovens atletas continuam vivendo numa situação de subinclusão decorrente de inúmeras lacunas no direito brasileiro. A legislação reconhece a profissionalização, a educação, o lazer e a dignidade como direito dos jovens, mas inexiste a figura do atleta com vistas à profissionalização esportiva. As especificidades enfrentadas pelo jovem atleta em formação não são encaradas como necessárias a um tratamento particular a ponto de prover todos os seus direitos fundamentais, entre eles o direito à profissionalização.

A tragédia do Ninho do Urubu não conseguiu jogar luz sobre o debate dos problemas jurídicos acerca da efetivação dos direitos dos jovens atletas em formação. Mantem-se a estrutura pontuada pelos “emaranhados legais”, no qual diversas legislações citam tangencialmente determinados grupos sociais como possuidores de direitos, mas não se criam legislações específicas de proteção a esses grupos.

O reconhecimento das especificidades de certos grupos encontra vários exemplos na legislação brasileira. É sabida a existência de legislações específicas que abarcam as mulheres, os idosos, as crianças e outros grupos sociais. Essas legislações especificas visam tratar a situação de vulnerabilidade social na qual esses grupos se encontram.

A legislação brasileira contempla o jovem trabalhador, o jovem aprendiz e o jovem estudante, mas mostra-se lacunar pela ausência de um dispositivo que trate a especificidade do jovem que almeja a profissionalização esportiva. Infelizmente esse debate não foi proposto após uma tragédia de proporções tão grandes.

A CBF tão pouco preocupou-se em estabelecer uma política nacional de formação de base, ou pelo menos fomentar uma política descentralizada e estadual de formação, por meio das federações locais. Limitou-se apenas a manter a certificação dos clubes brasileiros por meio do “certificado de clube formador” (CCF), mas sem impor sanções esportivas ou jurídicas àqueles que não obtivesse o selo proposto por ela. Atualmente no universo de aproximadamente 776 clubes profissionais no Brasil, menos de 50 possuem o certificado que atesta as condições básicas para o acolhimento dos jovens e desenvolvimento da prática esportiva.

pressfut.com

A situação mencionada mostra como as categorias de base no Brasil necessitam de fiscalização, contudo nenhum órgão foi criado nesse sentido. Basicamente o que vemos é a atuação quase heroica dos ministérios públicos do trabalho dos estados na investigação de denúncias nos centros de treinamentos Brasil a fora. Com destaque para o MPT de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

O cenário exposto nos mostra que a tragédia ensinou pouco ou quase nada aos clubes brasileiros, os gestores do futebol e aos legisladores do Brasil. Momentos de dor são normalmente oportunidades de reflexão e crescimento, mas o Brasil mais uma vez perdeu a chance de avançar e debater um assunto que envolve o sonho de milhões de crianças país a fora.

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Quem sediará a Copa do Mundo Feminina 2023?

Troféu da Copa do Mundo feminina — Foto: Getty Images

A Copa do Mundo Feminina 2019, sediada na França, foi marcada por uma bela campanha, em termos de seleções niveladas por alto (razão da força das ligas de futebol feminino), de imprensa/transmissão (130 emissoras envolvidas e com alcance de 135 países) e de recordes na venda de ingressos (entrada para finais e semifinais esgotadas em 48 horas). Depois dessa edição, o evento se tornou ainda mais interessante. A FIFA divulgou que irá anunciar no dia 25 de junho quem sediará a próxima edição dentre as quatro candidaturas no páreo. Concorrem com o Brasil para receber o Mundial a Colômbia, o Japão e a candidatura conjunta de Austrália e Nova Zelândia.

A votação ocorreria no início de junho em Addis Ababa, capital da Etiópia. No entanto, em razão da pandemia do coronavírus, a FIFA precisou adiar para 25 de junho a escolha da sede e informou que o encontro será feito de forma online e que os votos de cada delegado serão tornados públicos no site da entidade.

Além disso, a secretária geral da FIFA, Fatma Samoura, comentou que a federação tem por objetivo investir um total de 1 bilhão de dólares na modalidade no ciclo atual.

“A FIFA continua comprometida com a implementação do processo de licitação mais abrangente, objetivo e transparente da história da Copa do Mundo Feminina da FIFA. Isso faz parte do nosso compromisso geral com o futebol feminino que, entre outras coisas, verá a FIFA investir US $ 1 bilhão no futebol feminino durante o ciclo atual”, disse Samoura.

De acordo com o portal Trivela, a candidatura da Austrália é uma das favoritas, uma vez que o país possui estrutura pronta para realização de jogos. Além disso, o país também tem uma liga profissional feminina forte (burocracia esportiva). Já o Japão tem como trunfo o fato de sediar a Olimpíada de 2020 (adiada para 2021), enquanto a Colômbia tenta convencer os votantes por meio da infraestrutura já existente dos eventos de base, como o Mundial Sub-20 realizado em 2011.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entregou no dia 12 de dezembro de 2019, na sede da FIFA em Zurique, os documentos que tornaram oficial a candidatura do país para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2023. Um fato, porém, chamou a atenção de Tariq Panja, jornalista do New York Times: a ausência de mulheres entre os representantes brasileiros à Uefa.

No Twitter, Panja questionou: “A Confederação Brasileira de Futebol veio à Uefa para tentar o direito de sediar a Copa do Mundo feminina de 2023. Só ficou faltando uma pessoa na delegação: uma mulher”.

A CBF alega que somente as pessoas diretamente envolvidas na parte técnica do projeto poderiam participar desse momento, quando o país ainda está na candidatura e não foi confirmado como sede. Segundo a CBF, estiveram presentes o responsável pelo projeto, Ricardo Trade – antigo CEO da Copa de 2014, que agora comanda o projeto para sediar o Mundial feminino em 2023 – e o diretor de Compliance da entidade, André Megale. Fernando Sarney, vice-presidente da confederação, também esteve na Uefa, mas como membro do Conselho da FIFA. A CBF reforça ainda que há muitas mulheres envolvidas no desenvolvimento do projeto para receber a Copa do Mundo feminina.

Apesar disso, na carta enviada à FIFA, a proposta do Brasil ressalta aspectos como promoção da igualdade de gênero, prevenção de todas as formas de assédio e a importância do futebol feminino para o país. A candidatura prevê jogos em oito cidades distribuídas em todas as regiões do país, que também receberam jogos da Copa do Mundo de 2014. São elas: Manaus, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

De acordo com a CBF, por ter sido sede de duas Copas do Mundo nos últimos cinco anos (Copa do Mundo masculina de 2014 e da Copa do Mundo Sub-17 de 2019), o Brasil aposta nessas experiências bem-sucedidas para convencer a entidade mundial a realizar o evento feminino no país. A infraestrutura será a mesma já usada nessas grandes competições recentes.

“A FIFA já demonstrou que confia na nossa capacidade de realizar eventos deste porte. Eu tenho repetido que a partir de agora a CBF será candidata a receber todas as grandes competições do futebol mundial, pois temos experiência e equipamentos comprovadamente de excelência. Sabemos que temos fortes concorrentes, mas acreditamos na possibilidade de termos mais uma Copa do Mundo no Brasil”, ressalta Rogério Caboclo, presidente da CBF, no site oficial da confederação.

A FIFA disponibilizou os cadernos com as candidaturas de cada um dos finalistas. Na carta da candidatura do Brasil, Caboclo ressalta que “a emoção e a excelência da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023 no Brasil irão garantir que uma nova geração no país, na América do Sul e em todo o mundo descubra o futebol feminino. O Brasil pode abrir novos caminhos ajudando a elevar o jogo das mulheres a alturas sem precedentes em todo o mundo. Juntos, vamos fazer história”.

CBF apresentou proposta para sediar Copa do Mundo de 2023 – Fonte: CBF

A Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023 terá uma novidade: contará com 32 seleções e não mais 24, como a edição anterior na França. Ela seguirá o modelo atual da Copa do Mundo Masculina. A última edição feminina foi a mais vista da história, com cerca de 1,1 bilhão de espectadores acompanhando a cobertura no mundo inteiro.

Mas, afinal, quem sediará a Copa do Mundo Feminina 2023? Vamos aguardar a votação de junho e torcer por nossas favoritas.

Fontes:

Site oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

Site oficial da Federation International Football Association (FIFA)

Documentos oficiais das quatro candidaturas finais ( Austrália e Nova Zelândia:  Caderno de Candidatura / Sumário Executivo , Brasil: Caderno de Candidatura / Sumário Executivo , Colômbia: Caderno de Candidatura / Sumário Executivo , Japão: Caderno de Candidatura / Sumário Executivo)

 

 

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