O tema do nosso quinquagésimo sétimo episódio é a “Copa do mundo de 1962: a Copa do Rádio”. Com apresentação de Filipe Mostaro e Júlio César Barcellos, gravamos com José Carlos Marques, professor associado da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Bauru).
O podcast Passes e Impasses é uma produção do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte em parceria com o Laboratório de Áudio da UERJ (Audiolab). O objetivo do podcast é trazer uma opinião reflexiva sobre o esporte em todos os episódios, com uma leitura aprofundada sobre diferentes assuntos em voga no cenário esportivo nacional e internacional. Para isso, contamos sempre com especialistas para debater conosco os tópicos de cada programa.
Você ama esporte e quer acessar um conteúdo exclusivo, feito por quem realmente pesquisa o esporte? Então não deixe de ouvir o quinquagésimo sétimo episódio do Passes & Impasses.
No quadro “Toca a Letra”, a música escolhida foi “Garrincha”, de Antonio Nóbrega.
Passes e Impasses é o podcast que traz para você que nos acompanha o esporte como você nunca ouviu.
Ondas do LEME (recomendações de artigos, livros e outras produções):
Coordenação Geral: Ronaldo Helal Direção: Fausto Amaro e Filipe Mostaro Roteiro e produção: Júlio César Barcellos e Carol Fontenelle Edição de áudio: Filipe Mostaro Apresentação: Filipe Mostaro e Júlio César Barcellos Convidado: José Carlos Marques
O tema do nosso quinquagésimo quarto episódio é a Copa do Mundo de 1958: o primeiro triunfo. Com apresentação de Filipe Mostaro e Abner Rey, gravamos com Diana Mendes, professora da Universidade Federal de São Paulo e doutora em História.
O podcast Passes e Impasses é uma produção do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte em parceria com o Laboratório de Áudio da UERJ (Audiolab). O objetivo do podcast é trazer uma opinião reflexiva sobre o esporte em todos os episódios, com uma leitura aprofundada sobre diferentes assuntos em voga no cenário esportivo nacional e internacional. Para isso, contamos sempre com especialistas para debater conosco os tópicos de cada programa.
Você ama esporte e quer acessar um conteúdo exclusivo, feito por quem realmente pesquisa o esporte? Então não deixe de ouvir o quinquagésimo quarto episódio do Passes & Impasses.
No quadro “Toca a Letra”, a música escolhida foi “A taça do Mundo é nossa”, de Wagner Maugeri, Lauro Müller, Maugeri Sobrinho e Victor Dagô.
Passes e Impasses é o podcast que traz para você que nos acompanha o esporte como você nunca ouviu.
Ondas do LEME (recomendações de artigos, livros e outras produções):
Coordenação Geral: Ronaldo Helal Direção: Fausto Amaro e Filipe Mostaro Roteiro e produção: Abner Rey e Carol Fontenelle Edição de áudio: Leonardo Pereira (Audiolab) Apresentação: Filipe Mostaro e Abner Rey Convidada: Diana Mendes
O tema do nosso trigésimo sétimo episódio é “Mané Garrincha”. Com apresentação de Fausto Amaro e Marina Mantuano, gravamos remotamente com Rafael Casé, pesquisador do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte e professor de Comunicação da UERJ, e Filipe Mostaro, doutor em Comunicação e também pesquisador do LEME.
O podcast Passes e Impasses é uma produção do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte em parceria com o Laboratório de Áudio da UERJ (Audiolab). O objetivo do podcast é trazer uma opinião reflexiva sobre o esporte em todos os episódios, com uma leitura aprofundada sobre diferentes assuntos em voga no cenário esportivo nacional e internacional. Para isso, contamos sempre com especialistas para debater conosco os tópicos de cada programa.
Você ama esporte e quer acessar um conteúdo exclusivo, feito por quem realmente pesquisa o esporte? Então não deixe de ouvir o trigésimo sétimo episódio do Passes & Impasses.
No quadro “Toca a Letra”, a música escolhida foi “Balada nº7”, canção composta por Alberto Luiz e interpretada por Moacyr Franco.
Passes e Impasses é o podcast que traz para você que nos acompanha o esporte como você nunca ouviu.
Ondas do LEME (recomendações de artigos, livros e outras produções):
Hoje é dia de Botafogo – Rafael Casé [livro]
Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha – Ruy Castro [livro]
Garrincha x Pelé: futebol, cinema, literatura e a construção da identidade nacional – Victor Andrade de Melo [artigo]
Pra frente, Brasil! Do maracanazzo aos mitos de Pelé e Garrincha , a dialética da ordem e da desordem (1950-1983) – Denaldo Archone de Souza [livro]
Garrincha: A Flecha funiô – Mestiçagem, Futebol-Arte e Crônicas pioneiras – Mario Lima [livro]
Tomar ou não tomar o Chicabon?, eis a questão – Nelson Rodrigues [crônica]
Mané e o sonho – Carlos Drummond de Andrade [coluna]
Pelé Eterno [filme]
Garrincha, alegria do povo [filme]
Garrincha, estrela solitária [filme]
Garrincha, a Flecha fulniô das Alagoas – Mestiçagem, Futebol-Arte e Crônicas pioneiras- Mário Lima [livro]
Equipe
Coordenação Geral: Ronaldo Helal Direção: Fausto Amaro Roteiro e produção: Marina Mantuano, Fausto Amaro e Carol Fontenelle Edição de áudio: Leonardo Pereira (Audiolab) Apresentação: Fausto Amaro e Marina Mantuano Convidados: Filipe Mostaro e Rafael Casé
É uma postura altiva. Garrincha está parado. Pernas eretas e afastadas uma da outra. Braços um pouco inclinados para trás. Tronco do corpo sutilmente projetado para frente para facilitar o momento exato em que a inércia momentânea será quebrada.
É, sem dúvida alguma, uma posição de ataque. De enfrentamento. De quem, em algum momento incerto, vai dar o bote certeiro.
O adversário sabe disso. Ainda que não imagine em que microssegundo para frente isso acontecerá. Ainda que não saiba qual dos milhares de botes possíveis o outro vai escolher.
Indeciso, pois, o tal adversário se posiciona de forma defensiva a cerca de um metro de distância. Será dele o dever de conter aquele homem, de dar o primeiro combate, enfim. Mas a mão direita levemente erguida para a frente, como que tateasse o nada em busca de algum tipo de amparo, o denuncia. O rival está titubeante. Não aparenta saber bem o que deverá fazer para conseguir parar o imparável.
A descrição da cena é retirada de um videoteipe em preto e branco. O jogo é entre Botafogo e Flamengo. E ainda que eu não tenha certeza absoluta, minha suspeita é a de que seja a final do Campeonato Carioca de 1962.
Se isso for mesmo verdade, o impacto é ainda maior.
Porque o desorientado, o tolo que não sabia o que fazer, não é outro senão Gerson. Ainda jovem, é bem verdade, mas aquele que viria a ser tricampeão do mundo em 1970.
Aliás, o próprio Gerson já deu inúmeras entrevistas falando daquele dia em que foi um dos “Joãos” de Garrincha, o que reforça minha suspeita.
Mas, isso não importa tanto aqui.
Fato mesmo é que estão, frente a frente, Garrinha e João – chamemo-lo assim, afinal.
Garrincha veste calção negro. Camisa do Botafogo listrada em preta e branca, de mangas compridas, número 7 às costas.
João veste uma camisa escura, que é difícil de distinguir os detalhes. O calção é branco.
Estão no Maracanã. Lado direito do campo de jogo. Na imagem dá para ver a linha lateral à direita e os limites da grande área numa diagonal à esquerda. Pouco mais atrás, um segundo defensor (Jordan, um dos maiores nomes da história flamenguista, acaso minhas suspeitas estiverem corretas).
Uma cena épica está prestes a acontecer.
Garrincha e João se olham de frente, mas não chegam a se encarar. Têm as visões meio abaixadas, mirando as pernas um do outro.
Próximo ao pé de Mané, a bola, alvo de desejo dos dois.
O repertório de Garrincha é incalculável. E a paralisia de João mostra o respeito que tem ao rival.
É uma cena comovente, até. Poética. Rara. Engraçada também.
Por alguns segundos, parece que o jogo está suspenso.
Garrincha está imóvel. Não toca na bola. Como que convidando o outro para avançar inadvertidamente.
João não avança. Aguarda. Teme, acima de tudo.
Se nada mais acontecesse, o jogo acabaria ali mesmo. Garrincha convidando, João vacilando. Até o apito final do árbitro.
Mas, a poesia acontece.
Garrincha dá um impulso para a direita, numa cena que lembraria uma largada de 100m rasos, não fosse o detalhe de que ele dá apenas um passo e retorna exatamente para onde estava.
João, na certeza absoluta de que a corrida era para valer, tenta acompanhar o adversário, e somente muito atabalhoadamente percebe o blefe e consegue retornar para onde estava.
O que torna a cena única, contudo, é que, nos segundos seguintes, Garrincha vai repetir exatamente o mesmo movimento mais duas vezes, e em ambas as oportunidades vai conseguir ludibriar o adversário da mesma forma que a primeira.
Dá para entender?
Seis segundos, três dribles idênticos e bem sucedidos em cima do mesmo marcador, zero vezes a bola incomodada.
Até que Garrincha se cansa da brincadeira.
A impressão é que ele poderia repetir o movimento quantas vezes quisesse e em todas elas João cairia no engodo.
Mas ele se cansa, toca a bola de lado, deixa João zonzo sem saber bem o que danado aconteceu.
Os tolos vão dizer, talvez, que o lance não é tudo isso, visto que não levou a nenhum resultado mais efetivo.
Mas esses são o que são: tolos.
O lance, muito pelo contrário, representa toda a essência, toda a habilidade, toda a irreverência, toda a genialidade do homem que esta semana completaria 87 anos se estivesse vivo.
O futebol tem sido um bom instrumento para se entender a relação entre as culturas. Nos anos 2005 e 2006, realizei uma pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Buenos Aires que tratava de investigar as narrativas da imprensa argentina sobre o futebol brasileiro nas Copas do Mundo de 1970 a 2002. Uma das conclusões da… Continuar lendo As narrativas da imprensa francesa sobre o futebol brasileiro na Copa de 1958
Frequentemente lemos na imprensa e em crônicas de articulistas esportivos que o futebol brasileiro teria um estilo único, inigualável, denominado “futebol-arte”. Alguns ainda alegam que este estilo estaria correlacionado a outras manifestações culturais do país como samba e capoeira e lamentam que atualmente estaríamos nos distanciando daquilo que seria “nossa raiz cultural”. Suspeitamos que a… Continuar lendo Sobre estilo de futebol