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Kobe Bryant: para sempre um ídolo

Lakers reservam dois lugares: a camisa 2, para Gianna, filha de Kobe, que também morreu no acidente aéreo e a camisa 24 para o grande ídolo (Foto: Divulgação)

No post “Uma crônica para Kobe Bryant”, Marina Mantuano escreveu (e, diga-se de passagem, muito bem) sobre o dia em que Kobe nos deixou. Hoje, depois de exatos cinco meses de sua partida, faço este texto sobre sua história e seu legado.

Kobe Bean Bryant, carinhosamente apelidado de “Black Mamba”,  foi vítima de um acidente de helicóptero e faleceu no dia 26 de janeiro de 2020, em  Calabasas, Los Angeles, EUA. O ala-armador estava com uma de suas filhas, Gianna Bryant, que também não sobreviveu. É impossível não associar a história de Kobe com a National Basketball Association (NBA), especialmente com o time do Los Angeles Lakers.

Enquanto jogador, sua carreira começou no draft de 1996, quando foi escolhido pelo New Orleans Hornets e transferido, sem ainda ter jogado nenhuma partida, para o Lakers. Kobe foi trocado pelo pivô Vlade Divac, ídolo do Lakers naquela época. Uma vez que Kobe tinha apenas 17 anos de idade, seus pais tiveram que assinar com ele o contrato junto a equipe californiana.

No início do ano 2000, o Black Mamba levou o Lakers ao topo, vencendo cinco vezes a temporada regular da NBA (2000, 2001 e 2002, 2009 e 2010) e o FIBA Americas Championship (2007), além de ter conquistado duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos (2008 e 2012).

Para Michael Jordan, maior nome da história do basquete, Kobe Bryant era seu irmão mais novo. “Kobe deu tudo de si. Deixou tudo na quadra (longa pausa para aplausos). Kobe e eu éramos amigos muito próximos. Quando o conheci melhor, quis ser o melhor irmão mais velho possível. Quando Kobe Bryant morreu, um pedaço de mim morreu. Descanse em paz, meu irmão mais novo”, disse Michael Jordan ao encerrar seu discurso no funeral de Kobe.

Kobe Bryant e Michael Jordan em jogo histórico entre Lakers e Bulls em 1997 (Foto: VINCENT LAFORET/AFP)

Kobe Bryant fez história dentro das quadras jogando por 20 anos no Los Angeles Lakers e depois continuou sua carreira como investidor e empresário, fundando sua própria marca de produtos esportivos, a Kobe Inc.

Black Mamba ganhou quatro vezes o prêmio NBA All-Star Game Most Valuable Player Award (MVP), duas vezes o prêmio ESPY – Melhor Atleta da NBA (2008 e 2010), uma vez o MVP – Most Valuable Player (2008), teve as camisas 8 e 24 aposentadas no Lakers, a camisa 24 aposentada no Dallas Mavericks (póstumo) e ganhou o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação (2018) com “Dear Basketball”.

Conhecido por sua capacidade de pontuar, Kobe Bryant se tornou o segundo maior pontuador em único jogo da NBA no dia 22 de janeiro de 2006. Ele fez 81 pontos na vitória do Los Angeles Lakers por 122 a 104 sobre o Toronto Raptors, ficando atrás apenas da lenda Wilt Chamberlain, com 100 pontos. No jogo memorável de Kobe, ele converteu 28 de 46 arremessos, sendo sete em 13 de três pontos, além de 18 de 20 lances livres. Pegou seis rebotes e deu duas assistências, em 42 minutos. Sem dúvida, foi o maior jogo e o mais importante da carreira de Kobe.

LeBron James, jogador de basquete, fez um post de despedida no dia 27 de janeiro – um dia após a morte de Kobe – relatando que continuará o legado de Kobe Bryant. “Eu literalmente acabei de ouvir sua voz no domingo de manhã antes de deixar Filadélfia para voltar para Los Angeles. Não achamos nem por um milhão de anos que seria a última conversa que teríamos. Estou com o coração partido e arrasado, meu irmão!! Cara, eu te amo mano. Meu coração vai para Vanessa e as crianças. Prometo que continuarei seu legado!”, expõe LeBron em seu Instagram. Outros atletas de diferentes esportes, como Tom Brady, Patrick Mahomes, J. J. Watt, Thiago Silva, Neymar, Alexandre Pato e artistas como Belo, Murilo Rosa, Péricles, Marcelo Serrado, Roberta Rodrigues, Xênia França também prestaram sua solidariedade ao craque.

Post de Despedida (Fonte: Instagram de LeBron James)

A partida de Kobe é, sem dúvida, uma grande perda e deixa um vácuo para o esporte, em especial para o basquete. Sua história, suas conquistas, seu legado, seu exemplo e seus ensinamentos são, porém, muito maiores e já estão eternizados na nossa história. Kobe: para sempre um ídolo.

Fontes:

Ostlere, Lawrence (26 de janeiro de 2020). “Kobe Bryant dead: NBA star tragically dies in California helicopter crash aged 41”. The Independent. Consultado em 25 de maio de 2020.

Lynch, Andrew (20 out 2017). “Ranking the 25 greatest players in NBA history”. Fox Sports. Consultado em 25 de maio de 2020.

Moonves, Leslie (17 fev 2017). “50 greatest NBA players of all time”. CBS Sports. Consultado em 26 de maio de 2020.

Rasmussen, Bill (3 de março de 2016). ). “All-Time #NBArank: Counting down the greatest players ever”. ESPN. Consultado em 26 de maio de 2020.

McCallum, Jack (8 fev 2016). “SI’s 50 greatest players in NBA history”. Sports Illustrated. Consultado em 26 de maio de 2020.

“Kobe Bryant, daughter Gianna die in helicopter crash in Calabasas”. LA Times. Consultado em 27 de maio de 2020.

 “Kobe among dead in helicopter crash”. ESPN (em inglês). 27 de maio de 2020.

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Quem sediará a Copa do Mundo Feminina 2023?

Troféu da Copa do Mundo feminina — Foto: Getty Images

A Copa do Mundo Feminina 2019, sediada na França, foi marcada por uma bela campanha, em termos de seleções niveladas por alto (razão da força das ligas de futebol feminino), de imprensa/transmissão (130 emissoras envolvidas e com alcance de 135 países) e de recordes na venda de ingressos (entrada para finais e semifinais esgotadas em 48 horas). Depois dessa edição, o evento se tornou ainda mais interessante. A FIFA divulgou que irá anunciar no dia 25 de junho quem sediará a próxima edição dentre as quatro candidaturas no páreo. Concorrem com o Brasil para receber o Mundial a Colômbia, o Japão e a candidatura conjunta de Austrália e Nova Zelândia.

A votação ocorreria no início de junho em Addis Ababa, capital da Etiópia. No entanto, em razão da pandemia do coronavírus, a FIFA precisou adiar para 25 de junho a escolha da sede e informou que o encontro será feito de forma online e que os votos de cada delegado serão tornados públicos no site da entidade.

Além disso, a secretária geral da FIFA, Fatma Samoura, comentou que a federação tem por objetivo investir um total de 1 bilhão de dólares na modalidade no ciclo atual.

“A FIFA continua comprometida com a implementação do processo de licitação mais abrangente, objetivo e transparente da história da Copa do Mundo Feminina da FIFA. Isso faz parte do nosso compromisso geral com o futebol feminino que, entre outras coisas, verá a FIFA investir US $ 1 bilhão no futebol feminino durante o ciclo atual”, disse Samoura.

De acordo com o portal Trivela, a candidatura da Austrália é uma das favoritas, uma vez que o país possui estrutura pronta para realização de jogos. Além disso, o país também tem uma liga profissional feminina forte (burocracia esportiva). Já o Japão tem como trunfo o fato de sediar a Olimpíada de 2020 (adiada para 2021), enquanto a Colômbia tenta convencer os votantes por meio da infraestrutura já existente dos eventos de base, como o Mundial Sub-20 realizado em 2011.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entregou no dia 12 de dezembro de 2019, na sede da FIFA em Zurique, os documentos que tornaram oficial a candidatura do país para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2023. Um fato, porém, chamou a atenção de Tariq Panja, jornalista do New York Times: a ausência de mulheres entre os representantes brasileiros à Uefa.

No Twitter, Panja questionou: “A Confederação Brasileira de Futebol veio à Uefa para tentar o direito de sediar a Copa do Mundo feminina de 2023. Só ficou faltando uma pessoa na delegação: uma mulher”.

A CBF alega que somente as pessoas diretamente envolvidas na parte técnica do projeto poderiam participar desse momento, quando o país ainda está na candidatura e não foi confirmado como sede. Segundo a CBF, estiveram presentes o responsável pelo projeto, Ricardo Trade – antigo CEO da Copa de 2014, que agora comanda o projeto para sediar o Mundial feminino em 2023 – e o diretor de Compliance da entidade, André Megale. Fernando Sarney, vice-presidente da confederação, também esteve na Uefa, mas como membro do Conselho da FIFA. A CBF reforça ainda que há muitas mulheres envolvidas no desenvolvimento do projeto para receber a Copa do Mundo feminina.

Apesar disso, na carta enviada à FIFA, a proposta do Brasil ressalta aspectos como promoção da igualdade de gênero, prevenção de todas as formas de assédio e a importância do futebol feminino para o país. A candidatura prevê jogos em oito cidades distribuídas em todas as regiões do país, que também receberam jogos da Copa do Mundo de 2014. São elas: Manaus, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

De acordo com a CBF, por ter sido sede de duas Copas do Mundo nos últimos cinco anos (Copa do Mundo masculina de 2014 e da Copa do Mundo Sub-17 de 2019), o Brasil aposta nessas experiências bem-sucedidas para convencer a entidade mundial a realizar o evento feminino no país. A infraestrutura será a mesma já usada nessas grandes competições recentes.

“A FIFA já demonstrou que confia na nossa capacidade de realizar eventos deste porte. Eu tenho repetido que a partir de agora a CBF será candidata a receber todas as grandes competições do futebol mundial, pois temos experiência e equipamentos comprovadamente de excelência. Sabemos que temos fortes concorrentes, mas acreditamos na possibilidade de termos mais uma Copa do Mundo no Brasil”, ressalta Rogério Caboclo, presidente da CBF, no site oficial da confederação.

A FIFA disponibilizou os cadernos com as candidaturas de cada um dos finalistas. Na carta da candidatura do Brasil, Caboclo ressalta que “a emoção e a excelência da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023 no Brasil irão garantir que uma nova geração no país, na América do Sul e em todo o mundo descubra o futebol feminino. O Brasil pode abrir novos caminhos ajudando a elevar o jogo das mulheres a alturas sem precedentes em todo o mundo. Juntos, vamos fazer história”.

CBF apresentou proposta para sediar Copa do Mundo de 2023 – Fonte: CBF

A Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023 terá uma novidade: contará com 32 seleções e não mais 24, como a edição anterior na França. Ela seguirá o modelo atual da Copa do Mundo Masculina. A última edição feminina foi a mais vista da história, com cerca de 1,1 bilhão de espectadores acompanhando a cobertura no mundo inteiro.

Mas, afinal, quem sediará a Copa do Mundo Feminina 2023? Vamos aguardar a votação de junho e torcer por nossas favoritas.

Fontes:

Site oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

Site oficial da Federation International Football Association (FIFA)

Documentos oficiais das quatro candidaturas finais ( Austrália e Nova Zelândia:  Caderno de Candidatura / Sumário Executivo , Brasil: Caderno de Candidatura / Sumário Executivo , Colômbia: Caderno de Candidatura / Sumário Executivo , Japão: Caderno de Candidatura / Sumário Executivo)

 

 

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