As mulheres fazem história

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Fonte: UOL

No caso das árbitras, é importante situar que as dificuldades enfrentadas são grandes, pois se trata de algo que não se refere somente à dimensão atlética. Arbitragem é um lugar que as mulheres demoraram e ainda têm dificuldades de serem inseridas principalmente no futebol dos homens.

A francesa Stéphanie Frappart fez história quando apitou uma partida da Ligue 1. Agora, ela fará história novamente ao apitar no dia 14 de agosto, em Istambul, a Final da Supercopa da UEFA.

Com isso, uma mulher apitará pela primeira vez uma decisão da competição europeia. Antes dela, a suíça Nicole Petignat apitou três jogos da fase de qualificação da Taça UEFA, entre 2004 e 2009. Sendo assim, apitar a decisão é fazer história no futebol.
Na final da UEFA, Frappart liderará a equipe de arbitragem composta por Manuela Nicolosi, da França, e Michelle O’Neill, da Irlanda, que serão suas assistentes.

“Já disse em várias ocasiões que o potencial para o futebol feminino não tem limites e estou satisfeito por Stéphanie Frappart ter sido nomeada para arbitrar na Super Taça Europeia deste ano, juntamente com as árbitras assistentes Manuela Nicolosi e Michelle O’Neill”, afirmou o Presidente da UEFA, Aleksander Čeferin.

Em entrevista às Dibradoras, o chefe de arbitragem da UEFA, Roberto Rosetti, também elogiou o trabalho de Frappart, declarando que a árbitra merecia a oportunidade de supervisionar um evento de tão alto nível. Rosetti disse também que Stéphanie provou ao longo de vários anos que é uma das melhores árbitras, não apenas na Europa, mas em todo o mundo.

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Recentemente, Frappart também foi escolhida para apitar a final da Copa do Mundo Feminina de 2019, em Lyon, entre Estados Unidos e Holanda. Antes disso, Frappart já atuou como árbitra na Copa do Mundo Feminina de 2015, no Canadá, e no Mundial Sub-20 de 2018, apitando inclusive a final entre Espanha 1×3 Japão.

Stéphanie Frappart tem 35 anos e faz parte do quadro de árbitros da Federação Francesa de Futebol (FFF) desde 2014. Em entrevista à AFP, Frappart disse que a escolha dela para atuar na primeira divisão foi um “reconhecimento de sua competência”. “Eu não quero receber benefícios ou ser escalada na Ligue 1 porque sou mulher. O que estou conseguindo agora é reconhecimento pelo meu trabalho”, afirmou.

Fazendo história

A alemã Bibiana Steinhaus entrou para a história ao ser a primeira árbitra a apitar um jogo na Europa, na Bundesliga, durante a temporada 2017-2018. Steinhaus conseguiu apitar um importante jogo do futebol alemão, após reunir experiência de anos na segunda divisão, além de uma final de Copa do Mundo em 2011, uma final olímpica em 2012 e uma final de Champions League em 2017 (essas todas no futebol feminino).

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Em termos profissionais, uma das conquistas importantes para os brasileiros foi quando Silvia Regina assumiu o apito em jogos do Brasileirão masculino no início da década de 2000. Outra foi quando Ana Paula Oliveira ficou famosa por ser uma das primeiras auxiliares a atuar na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Ana Paula começou a carreira em 1998, e, já em 2001, participou do seu primeiro jogo na Série A-1 do Campeonato Paulista. Mas anterior a elas, cabe citar a figura da ex-árbitra de futebol Léa Campos que foi muito importante para a inserção das mulheres na arbitragem. Para realizar o sonho de trabalhar com futebol, Léa teve que enfrentar muitas leis e regras, dentre essas, a regra que nomeava as modalidades esportivas proibidas às mulheres.

Outra conquista para os brasileiros foi quando Edina Alves Batista ocupou o posto de árbitra principal em um jogo da elite do futebol brasileiro. Foi em maio deste ano, no estádio Rei Pelé, em Maceió, que a árbitra paranaense comandou o jogo entre CSA e Goiás, pela Série A do Brasileirão. Neste jogo, Neuza Back foi sua assistente.

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Assim como Frappart, Edina também teve a oportunidade de trabalhar na Copa do Mundo Feminina de 2019, realizada na França de junho a julho. A árbitra brasileira apitou os jogos entre Nova Zelândia 0 x 1 Holanda (fase de grupos), China 0 x 0 Espanha (fase de grupos), Itália 2 x 0 China (oitavas de final) e Estados Unidos 2×1 Inglaterra (semifinal). Ao lado dela, estavam as assistentes Neuza Inês Back e Tatiana Sacilotti.

Atualmente, as mulheres representam apenas 10,28% do quadro de árbitros da CBF. São 752 homens atuando na arbitragem (248 árbitros principais, 355 assistentes e 149 analistas de desempenho), e 86 mulheres (sendo 18 árbitras, 59 assistentes e 9 analistas). Fonte: Confederação Brasileira de Futebol, acesso em 5 de agosto de 2019.

As mulheres fazem história. Mas ainda farão muito mais.

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