Noite de homenagens em Barcelona.

O clássico espanhol Barcelona x Real Madrid (ou vice-versa) é sempre um espetáculo à parte. Além do desfile de grandes jogadores – alguns entre os melhores e mais valiosos do mundo segundo as estatísticas do site ‘Transfer Market’ – existe uma grande engrenagem de fazer (e ganhar) dinheiro através de marketing, exposição de mídia, venda de ingressos, turismo, oportunidade de negócios, etc. Não suficiente, o dia 2 de abril de 2016 foi também uma noite de homenagens ao ex-jogador e ex-treinador de futebol holandês Johan Cruyff (1947-2016), que recebeu uma das maiores reverências em um estádio de futebol já vistas (ao menos para esta que escreve).

mosaico cruijff
Mosaico feito pela torcida do Barcelona, em partida contra o Real Madrid no último sábado, em homenagem a Johan Cruyff, um dos responsáveis pela filosofia de jogo adotada pelo clube atualmente e que encanta os fãs de futebol.

Como exercício de observação e pesquisa, interessa mirar as manifestações de idolatria e homenagens no esporte, bem com as representações e narrativas em torno desse tema. Por este motivo, peço licença aos leitores para, em vez de falar do comportamento das duas equipes durante os 90 minutos (ainda que tenham sido bem interessantes), destacar o que aconteceu fora dos gramados, nas arquibancadas e bastidores do Camp Nou.

Para a ocasião valia a pena chegar mais cedo. Um imenso mosaico foi preparado para homenagear o lendário atleta da camisa 14 do clube. Antes dos times passarem pelo túnel, foi exibido um vídeo com mensagens de ex-jogadores, entre eles Hristo Stoichkov e Pep Guardiola, treinados pelo ex-craque. O tiro fulminante veio no minuto de silêncio antes de a bola rolar. Parece que estava passando um filme cheio de imagens e recordações em 60 segundos, tempo suficiente para mexer com os mais apaixonados pelo futebol. Afinal, não é fácil calar uma arena esportiva habitada por mais de 90 mil pessoas.

Os jogadores do time culé usavam uma camisa exclusiva utilizada no dia do clássico com a escritura “Gràcies Johan” e no minuto 14, o público levantou-se para uma salva de palmas de despedidas a Cruyff. Estas foram algumas das homenagens preparadas pelo Barcelona FC e sua fiel torcida ao holandês, que não se destacou apenas por sua presença e postura dentro de campo, mas também fora dele como técnico e como pessoa pública, com uma personalidade e posicionamentos sinceros e marcantes.

Camisa_Barcelona Instagram
Johan Cruyff ajudou o Barcelona a conquistar, em 1974, o título da Liga espanhola após 14 anos de jejum no torneio. Além disso, comandou o time rumo ao primeiro título de Champions League, em 1992, e sempre demonstrou seu fascínio pela Catalunha. Nada mais justo, portanto, do que as homenagens feitas ao craque do futebol.

São momentos como esse que personalidades são idolatradas com valiosa informação sobre o seu status de importância e significado. Nascida na década de 1980, não vi Johan jogar, mas o seu legado fica na História e assim ultrapassa a barreira do tempo, permitindo sua perpetuação para conhecimento a outras gerações.

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