A Liga dos sonhos (ou pesadelos)

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É notório que há um problema de conciliação entre a entidade máxima do futebol no Brasil, CBF e os clubes. Este problema passa por crises mais agudas, como a que levou à criação do Clube dos 13, em 1987, e a conseqüente Copa União, resvalando em sub-poderes regionais, especialmente as Federações Estaduais.

No cerne da questão estaria orgulho, politicagem, favorecimentos diversos, e, claro, dinheiro. As cotas de televisão passaram a ser o alvo principal de clubes, sua grande fonte de renda, com a maior emissora do país (Rede Globo), detentora dos direitos de transmissão das competições mais importantes, usando de sua influência diretamente. Os clubes, reféns dos cofres televisivos, passaram a aceitar absurdos, como o mais latente, a definição de horários das partidas estipulados pela emissora, privilegiando sua programação, entre outros.

Em 1987, a Copa União vislumbrava um horizonte diferente, em que os clubes gerenciavam suas próprias competições, porém, os instintos primitivos como orgulho, egoísmo, ganância, discórdia, etc minaram a “União” de tal forma que até hoje se discute Se o Campeonato foi válido ou não.

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Eis que, em 2015 acontece nova tentativa de unir os clubes. Uma das principais alegações é que os campeonatos estaduais seriam deficitários e havia a necessidade de uma competição de maior vulto no primeiro semestre, especialmente porque poucos clubes participam da Taça Libertadores da América.

Os atritos entre dirigentes de clubes começaram cedo, a CBF ficou “em cima do muro” sobre apoiar ou não o evento e incluí-lo em seu calendário oficial. Até o momento, 23/01/2016, faltando quatro dias para o início da competição, nada sobre a existência da Liga foi encontrado no sítio http://www.cbf.com.br .

É muito bom ver que os dirigentes de clubes finalmente tentam se organizar e enfrentar de alguma maneira os antes “intocáveis” dirigentes de federações e confederações. Os clubes é que são os legítimos arrendatários da paixão nacional. Federações e CBF não “possuem” jogadores, não deveriam ter poder sobre os clubes, nem exercer despotismo e coagir como acontece atualmente. Deviam se olhar no espelho. Se não há nenhum santo nesta história, muito menos sacro é o ambiente da CBF.

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